Comportamento Ético
A palavra Ética é originada do grego ethos, que significa modo de ser, caráter. Através do latim mos (ou no plural mores), que significa costumes, derivou-se a palavra moral.
Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo – sociedade.
Vivemos uma crise ética no país e, porque não dizer, no mundo.
Os interesses pessoais são sempre colocados acima do bem comum, cada um pretende galgar seu próprio crescimento independente do mal que podem causar ao próximo.
E é claro que isso se reflete nas empresas. É sabido que o comportamento do ser humano, em essência, é o mesmo fora e dentro da empresa. Se assim não fosse, não precisaríamos de tantos testes nos processos de contratação, bastaria haver regras rígidas de comportamento nas empresas e todos as seguiriam automaticamente.
Não adianta tentar remar contra a maré, é importante entender e assumir que o problema existe; é imprescindível estar preparado para o comportamento pouco ético dos outros. Mas não é permitido aderir.
Desde Rui Barbosa vemos referências ao comportamento indesejado que por fim pode ser visto como exemplo. Senão vejamos o que disse o jurista: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86).
É fato que todos nós erramos em algum momento, mas como já li em alguns lugares, “…não se julga ninguém pelo tombo e sim pelo modo como ele se levanta”. Gosto muito da colocação, mas acrescento que é importante atentar para a quantidade de tombos para que não se torne lugar comum errar esperando o perdão.
O comportamento ético é pessoal, não coletivo.
O comportamento ético não se divulga, mas seus efeitos refletem em todos.
O comportamento ético é nato, mas é também uma escolha.
De tempos em tempos somos colocados frente a questinamentos que permitem desviar do caminho ético. Há propostas indecentes disponíveis para todos, e não é preciso procurar muito.
E o que escolhemos? O que você escolhe?
Essa questão você não responde para mim nem para mais ninguém, é uma resposta interna.
E devemos tratar essa questão com a devida importância, porque os reflexos de nossas ações perduram por muito tempo.
É fácil identificar quem age à margem da ética, pois normalmente é aquela pessoa que duvida da honestidade alheia, que está sempre aguardando que outros façam com ela o que ela faria a outrem, pois “quem usa, cuida”.
Mas me surpreende mesmo é aquele que prejudica terceiros através do seu comportamento e depois dorme tranquilamente a noite. Esse já passou do limite da ética há muito tempo, esse já é essencialmente mal.
Em minha opinião basta que você escolha corretamente, que haja pautado pela ética, pela honestidade, pela virtude e espere que eu faça o mesmo. Se isso acontecer, teremos um mundo bem melhor, nossa vida será mais tranquila e todos ganharão.
Talvez não ganhemos tanto dinheiro ou tanto prestígio, porém derramaremos em todos que vivem a nossa volta um pouco de tranquilidade e paz, que em última instância retornará para nós em forma de prazer e satisfação pessoal.
E o profissional ético se faz conhecer por suas ações, por suas respostas; ele não deixa que a menor sombra de dúvida sobre suas ações, não age intencionalmente para prejudicar ninguém e muito menos a empresa; ele não acredita que o fim justifica os meios se os meios não forem éticos, legais, honestos.
Sim, nem sempre parece possível ter comportamento ético, e muitas vezes o caminho parece bom, mas levará você a um fim trágico.
Segue então um pequeno exercício que eu faço toda vez que tenho dúvida: Imagine-se contando a atitude que pretende tomar e as consequências todas para alguém que você ama muito. Pode ser seu pai, sua mãe, seu cônjuje, seu filho ou filha. Pode ser qualquer um que você ame incondicionalmente. Se você consegue se ver sentado frente a frente com a pessoa, contando (não explicando) seus atos e as consequências, então pode ir em frente. Caso contrário, pense melhor, haja diferente.
Simples, prático, não requer prática nem experiência: só sentimento.
Poder contar minha vida para quem eu amo é, para mim, a medida do meu Comportamento Ético.